Empresas de internet decretam o fim do currículo no Brasil

Seguindo a tendência mundial, companhias brasileiras passam a utilizar, cada vez mais, um único critério em seus processos seletivos: a presença na web.

Será o fim dos CV?
Será o fim dos CV?

Pouco mais de um ano atrás, o estudante de sistemas de informação Estevão Mascarenhas, então com 19 anos, passou por uma situação curiosa. Ele começou a interagir nas redes sociais, sem saber, com seu futuro patrão. No fim de 2010, Horácio Poblete, presidente da startup Ledface, começou a seguir o jovem no Twitter por indicação de amigos – que, por sua vez, não tinham qualquer ligação direta com o universitário. Empregador e funcionário em potencial começaram a discutir empreendedorismo pela rede de microblogs, até que Horácio tivesse intimidade o suficiente para solicitar a Estevão que o adicionasse em seu Facebook. Depois de três meses de observação virtual intensa, o executivo finalmente se convenceu de que o estudante era um profissional que, além de qualificado tecnicamente, identificava-se com os valores da empresa. A proposta veio em seguida. Estevão largou a faculdade na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), em Minas Gerais, e mudou-se para Campinas, em São Paulo, de emprego novo, sem ter enviado ao menos um currículo.

Casos como esse são cada vez mais comuns no país. Não chega a ser novidade que as companhias ‘bisbilhotem’ os candidatos nas redes sociais antes de chama-los para entrevistas. De acordo com uma pesquisa da empresa de recrutamento americana Robert Half, 63% das companhias brasileiras consultam perfis de candidatos nas redes de relacionamento. Mas até então esse procedimento era complementar. “No final, os recrutadores cruzavam os dados do currículo, as impressões da entrevista formal e as individualidades dos candidatos com base em suas informações de perfis na web”, explica Bernardo Entschev, CEO da recrutadora de executivos De Bernt Entschev. Hoje, no entanto, já existem empregadores – ao menos no caso de grupos que trabalham diretamente com tecnologia da informação – que vão além. Elas ousam dispensar completamente o currículo. A ideia é analisar, não só a capacidade técnica, mas também valores, o nível cultural e a intimidade do candidato com a internet e sua popularidade apenas por intermédio de suas pegadas na web.

No Brasil, o processo é, por enquanto, restrito a empresas focadas no mundo digital, sobretudo para vagas de estrategistas de mídias sociais. Nos Estados Unidos, porém, até o mercado financeiro adotou a nova política. Recentemente, a empresa de capital de risco Union Square Ventures – que já investiu em pesos pesados da internet como Twitter, Foursquare e Zynga – pediu que os candidatos a uma vaga de analista de investimentos enviassem apenas links que representassem sua interação na web, como contas no Twitter ou no Tumblr.

A rede social LinkedIn é a escolha mais óbvia para o recrutamento via rede social justamente porque já contém uma espécie de currículo embutido. Contudo, não é este histórico profissional o ponto forte dela, dizem os especialistas. O que os recrutadores buscam é saber com com quem o candidato está conectado, quantas recomendações ele tem de pessoas influentes e se participa ativamente de grupos e discussões relacionadas à vaga que pleiteia. “Além de LinkedIn, costumo pedir a URL de algum agregador de todos os perfis do candidato em redes sociais, como Twitter, Facebook e Tumblr, para que possa analisar a presença online dele”, diz Alexandre Inagaki, especialista que presta consultoria em mídias sociais para clientes como Bradesco e Coca-Cola. Inagaki explica que, a partir das URLs de referência, consegue analisar, além da rede de contatos, a bagagem cultural, a capacidade de produzir conteúdos originais de qualidade e a performance do candidato na hora de adaptá-los a diferentes linguagens. “Contrato pessoas residentes em qualquer lugar do país”, completa.

Na startup GetNinjas, uma espécie de Mercado Livre para serviços, todos os candidatos precisam ter a “internet na veia”; mesmo que não estejam concorrendo a uma vaga para analista de mídias sociais. O presidente da empresa, Eduardo L’Hotellier, instalou um plug-in chamado Rapportive em seu e-mail que ‘denuncia’ os candidatos com base na forma como interagem nas redes sociais. No último processo seletivo para estagiário de marketing, em que os candidatos foram requisitados a enviar os perfis no LinkedIn, o empresário eliminou diversos interessados observando apenas seus últimos tweets (textos postados no Twitter).

Os processos seletivos na agência de publicidade focada em mídias sociais It’s digital são ainda mais inusitados. “Muitas vezes, pedimos apenas os dados de contato e fazemos uma pergunta aberta, como, por exemplo, ‘o que você tem feito de interessante?’ ou ‘você tem algum projeto paralelo?’. Com uma pergunta tão aberta, as pessoas acabam deixando os chavões de lado, e trazendo informações mais ricas para nós”, explica o diretor da agência, Lucas Couto.

Por Beatriz Ferrari (veja.com)

Parlamentar é punido por falta de “decoro” no Facebook

Se por um lado a internet e as redes sociais podem aproximar o político de seu eleitor e ser benéfico para a sua imagem, também existe o lado negativo do mundo virtual. O vereador Julio Cesar Sobota teve uma prova disso na última semana quando postou uma “brincadeira” no seu Facebook.

Todo “decoro” é pouco na internet
Todo “decoro” é pouco na internet

Menos de uma semana depois de faltar à sessão plenária e ir ao jogo do Atlético Paranaense, o parlamentar postou no seu perfil uma mensagem debochada pedindo um atestado médico para comparecer ao próximo jogo do time. A “brincadeira” levou o Conselho de Ética do partido do qual é filiado convocar uma reunião e ele ainda será ouvido hoje (13) pela Corregedoria da Câmara Municipal, que estuda levar o caso para o Conselho de Ética.

Na mensagem, o vereador dizia: “Aí galera da caveira, da uma força pro gordão. Alguém tem 1 atestado médico pra me emprestar ??? Quarta tem jogo do FURACÃO no campo do malutrom e se eu faltar no trampo, de novo, os cornetas de plantão (…) vão me xaropear (…). Torcida que tem a família como prioridade é a nossa cara!!!”. No final da mensagem, Sobota ainda diz “… quarta feira, estaremos lá no mesmo local, no mesmo horário, pra ajudar como sempre o nosso Furacão”.

Para a consultora política Gil Castillo, a utilização “errada” de blogs e redes sociais está principalmente relacionada à falta de compreensão de como a comunicação se dá nesse ambiente. “Assim como no mundo off line, o bom senso e a educação devem prevalecer em toda a comunicação on line. Tudo aquilo que não é aceito numa conversa pessoal, não deve ser aceito também através das redes sociais ou outros canais de comunicação on line”, afirma.

Gil ainda adverte que há uma grande quantidade de políticos que acredita que ter seus blogs e perfis em redes sociais durante as eleições, é o bastante, o que considera errado. “Na verdade é preciso pensar em conteúdo relevante e atualizado, dialogar e debater ideias, durante toda a vida política e não apenas nos períodos eleitorais”, aponta.

 Outro lado negativo da internet é que ela também pode deixar figuras públicas bastante expostas. O deputado estadual Marcelo Rangel, que se considera bastante conectado, diz que toma cuidados com ataques pessoais que acabam surgindo de adversários. Os famosos perfis fakes (falsos) são utilizados para denegrir a imagem de alguns, especialmente em época de disputa eleitoral.

“Já tivemos um caso em que meu irmão, na época candidato à prefeitura, foi alvo de ataques virtuais. Quase 100 mil emails foram distribuídos com difamações sobre ele”, conta.

Por Amanda Kasecker (bemparana.com.br)

Google+ adota medidas para competir com Facebook

Google+ adota medidas para competir com Facebook
Google+ adota medidas para competir com Facebook

O Google espera aumentar a base de usuários do Google+ diminuindo a idade mínima permitida para que uma pessoa faça um perfil em sua rede social para 13 anos. Anteriormente, o ingresso era limitado a maiores de 18 anos.

A mudança acompanha uma série de alterações nas políticas de segurança e uso do sistema de sites do Google, visando o crescimento da empresa. Nesta mesma semana, a empresa anunciou que irá permitir apelidos e pseudônimos nos perfis de seus serviços.

Para o vice-presidente de produtos da empresa americana, Bradley Horowitz, a mudança fará com que a rede social da gigante de buscas possa competir com o Facebook de igual para igual. 

Com informações do Geek.

Facebook abre novo perfil

Facebook abre inscrições para novo perfil
Facebook abre inscrições para novo perfil

O Timeline, novo modo de exibição do perfil dos usuários do Facebook, começará a ser disponibilizado nas próximas semanas. Mas os usuários mais apressadinhos já podem entrar na fila para serem os primeiros a receber a atualização.

Para isso, basta acessar o endereço http://www.facebook.com/about/timeline e clicar no botão Sign me Up, localizado na base da página.

O novo perfil do Facebook vai agregar as principais atualizações do usuário de acordo com o de publicação. Dessa forma, o serviço vai funcionar como um diário digital 2.0 do usuário.

Para gerar conteúdo para a Timeline do usuário, o Facebook irá disponibilizar uma série de novos aplicativos, com o objetivo de registrar suas atividades, como os livros que ele leu, as músicas que escutou, os esportes que praticou, lugares onde esteve, pratos que ele cozinhou etc.

Spotify, Netflix, Nike, SoundCloud, Guardian, Hulu, Mashable, entre outras, são algumas das empresas que já confirmaram a parceria com o Facebook para a publicação de seus apps.

Dessa forma, qualquer atividade que o usuário registrar dentro de um desses serviços será registrada pelo app correspondente e exibida em seu perfil.

Fonte: Abril

O novo consumidor na era da redes sociais

Por Cláudio Conz

O novo consumidor na era das redes sociais.
O novo consumidor na era das redes sociais.

22/09/2011
É uma preocupação constante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social discutir os novos meios de comunicação e a inclusão digital no Brasil

É uma preocupação constante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, órgão do qual faço parte, discutir os novos meios de comunicação e a inclusão digital no Brasil. Em agosto, o Facebook chegou a 30,9 milhões de usuários únicos no nosso País, ultrapassando o Orkut e tornando-se a maior rede social no País, segundo dados do Ibope Nielsen Online. A mesma pesquisa, que não contabiliza acessos a partir de LAN houses e escolas, apontou que o Orkut atingiu 29 milhões de internautas (64%) e o Twitter 14,2 milhões de usuários únicos (31,3%).

Um outro estudo, desenvolvido pela eCMetrics – agência e consultoria estratégica de mídia social – mostrou que, dos internautas brasileiros que participam das redes sociais, 16% produz conteúdo, 22% critica ou coleta (reproduz) , 36% observa, participa ou cultiva contatos e outros 26% caracterizam-se como fortes consumidores on-line e brand engagers (consome ou cria mídial social relacionada com marcas, produtos e serviços).

As mulheres com idade entre 18 e 34 anos de todas as classes sociais são as que mais produzem conteúdo nas mídias sociais e também as que mais participam criticando ou comentando. Entre os que apenas coletam informações de acordo com as suas necessidades, a maioria é composta por homens entre 18 e 34 anos, de todas as classes sociais. Já os consumidores on-line são, em sua maioria, homens e mulheres com 45 anos ou mais, membros da classe A.

Cerca de 81% dos internautas fazem pesquisa de preço on-line e 74% deles pesquisam imagens de modelos e opções. Outros 64% afirmam pesquisar detalhes de desempenho do produto e dimensões, 67% pesquisam locais de compra e 64% procuram por novos lançamentos. E 92% acessou o site de uma empresa nos seis meses anteriores à pesquisa e 53% viraram integrantes de comunidades virtuais de empresas ou curtiram a fan page de alguma empresa nos últimos 6 meses.

O estudo afirma que o brasileiro já está inserido na era web 2.0 e tem a internet como um instrumento de busca por novidades, entretenimento, informação e interação com empresas.

De olho neste novo consumidor, várias empresas brasileiras estão monitorando o que é dito sobre elas nas mesmas redes sociais. Algumas, inclusive, agem rapidamente para evitar danos à imagem corporativa enquanto outras utilizam as redes sociais para fazerem campanhas desenvolvidas nas mídias tradicionais e até mesmo para ampliar as vendas através de aplicativos próprios.

Mesmo que não saibam o que fazer agora, é muito importante que essas empresas não desistam de tentar entender essa nova realidade. Quem ainda não participa desta nova ‘classe social’ está perdendo tempo e isso pode custar caro no futuro. A internet é algo em constante mutação desde que foi criada e a sua influência sobre o nosso dia-a-dia já está mais do que comprovada.

Além disso, os brasileiros, assim com o mundo todo, estão cada vez mais engajados nesta nova realidade virtual e isso vai trazer consequencias não só para a forma como essas pessoas se relacionam com os assuntos à sua volta e com as pessoas, mas também à forma como fazemos comércio hoje em dia. Eu confesso que estou curioso para saber o que o futuro nos reserva. Será que as redes sociais serão o futuro da loja virtual?

Facebook irá lançar serviço para socializar música e filme

O Facebook deverá apresentar na próxima quinta-feira uma nova plataforma de compartilhamento de mídia que permitirá que seus usuários disponibilizem músicas, filmes e seriados a seus amigos da rede social, informa o jornal New York Times.

A novidade, que deverá concorrer com serviços como Spotfy e Rhapsody, entre tantos outros, deverá ser anunciada durante a conferência F8, marcada para começar em San Francisco no próximo dia 22.

MySpace que se cuide. Quer dizer…

Segundo a publicação, ao disponibilizar um serviço de compartilhamento de música aos 750 milhões de usuários da rede social deverá introduzir a música digital “a uma vasta grande audiência”. “Se este serviço funcionar da maneira que ele foi planejado será o nirvana da interoperabilidade“, disse Ted Cohen, consultor com passagens pelos principais estúdios dos EUA.

De acordo com alguns especialistas da indústria, o Facebook já firmou contratos com “diversas companhias de mídia” para oferecer seu conteúdo, além de estar desenvolvendo tecnologias para permitir que seus usuários compartilhem qualquer coisa que estejam assistindo ou ouvindo em outros sites ou dispositivos.

Se os rumores se confirmarem, o Facebook entrará no mercado de música sob demanda na rede já desfrutando de uma confortável posição de líder – milhas e milhas à frente de seu maior concorrente, já que o Spotfy, serviço mais usado da atualidade, tem cerca de 10 milhões de usuários ativos.

Ainda não se sabe qual será o modelo de negócio da nova funcionalidade da rede, incluindo se existirão planos pagos ou coisa parecida. Aos interessados, calma: mais dois dias e as dúvidas serão sanadas.

fonte: http://tecnoblog.net

Facebook congela barra superior

Nas últimas semanas o Facebook reformula algumas funcionalidades da rede social, entre elas a barra de navegação superior, que agora se mantém bloqueada no topo, mesmo se o usuário rolar a página para baixo.

A sutil mudança permite que os usuários acessem com mais facilidade e rapidez recursos importantes do Facebook como pedidos de amizades, mensagens, notificações e buscas. A barra superior congelada já é um recurso conhecido dos usuários do Twitter e do Google+.

Segundo o Mashable, o Facebook está estudando bloquear também os anúncios no lado direito da página, com intuito de aumentar a taxa de cliques nas publicidades.

Durante 2010 e 2011, o Facebook já fez diversas mudanças no design e nas funcionalidades da rede social, entre eles o recurso de seguir perfis, semelhante ao Twitter. A equipe da rede social também planeja desenvolver uma versão do site em HTML5, mais moderna, para tablets como o iPad.

Pesquisa da comScore mostra Orkut ainda líder no Brasil

Pesquisa da comScore mostra Orkut ainda líder no Brasil
Pesquisa da comScore mostra Orkut ainda líder no Brasil

Ismael Cardoso

Menos de uma semana depois de o Ibope divulgar sua mais recente pesquisa de audiência de internet afirmando que o Facebook ultrapassou o número de usuários do Orkut no País, a comScore lançou na quinta-feira novos dados que apontam o contrário. Segundo a empresa de pesquisa, mesmo que o Facebook tenha diminuído a diferença para a rede do Google, o Orkut segue líder no País.

De acordo com os dados da comScore, o Orkut teve, em agosto, mais de 37,1 milhões de visitantes únicos, enquanto o Facebook teve 28,5 milhões. O crescimento do Facebook, de julho para agosto, foi de 10%, contra apenas 2% do Orkut. Em um ano, a rede social de Zuckerberg cresceu 214%, enquanto o Orkut viu seu número de usuários aumentar apenas 20% de agosto de 2010 a agosto de 2011.

Na semana passada, por outro lado, o Ibope divulgou que o Facebook, maior rede social do mundo, finalmente havia ultrapassado o Orkut, serviço queridinho dos brasileiros, no País. De acordo com a pesquisa, o Facebook alcançou em agosto 30,9 milhões de usuários únicos, com o Orkut se mantendo praticamente estável em 29 milhões.

Além da diferença nos números das duas pesquisas, os dados oficiais vão contra tudo isso. O Facebook divulgou em agosto que tem 25 milhões de usuários brasileiros, enquanto o Orkut, com 84 milhões de usuários mundialmente, tem pouco mais de 43 milhões de membros no Brasil.

A discrepância entre os números dos dois institutos pode ser explicada pela diferença entre as metodologias, já que os dados são obtidos através da análise de uma amostra de usuários, não da população inteira da internet no País.

O vice-presidente da comScore na América Latina, Alex Banks, disse ao Terra que a amostra da comScore é de mais de 50 mil usuários no País. Os painelistas mudam a cada seis a 12 meses, de acordo com Banks, divididos entre casa e trabalho. “Nosso painel é muito grande e muito diverso, e o Brasil é um dos cinco maiores painéis da comScore no mundo”, afirma. A escolha da amostra é baseada em informações do Comitê Gestor da Internet e de outras pesquisas que mostram as características da população online do Brasil.

Já a metodologia do Ibope, segundo documento divulgado no site do instituto, é de 18 mil painelistas, escolhidos aleatoriamente entre casa e trabalho, distribuídos de acordo com a Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

10 passos para o Facebook se tornar fenômeno no Brasil

Facebook: veja 10 passos para rede se tornar fenômeno no Brasil
Facebook: veja 10 passos para rede se tornar fenômeno no Brasil

Wikerson Landim

Nesta semana, o instituto de pesquisas Ibope Nielsen divulgou uma série de dados sobre o uso de internet no Brasil. Entre os quesitos pesquisados, uma informação em especial chamou a atenção. Quando o assunto é rede social, o Orkut já não é mais o site preferido dos brasileiros.

Com 30,9 milhões de visitantes únicos, o Facebook é hoje a rede social com maior audiência no Brasil. O Orkut, líder nos últimos sete anos, vem pouco atrás, com 29 milhões de visitantes. A diferença não é significativa em termos estatísticos, mas essa é a primeira vez que outra rede social ultrapassa o Orkut no país.

As razões que levaram o Facebook a assumir a liderança são muitas e, independente da preferência do usuário, ao que tudo indica a rede social de Mark Zuckerberg tem potencial para crescer ainda mais. Entenda por que o Facebook pode se tornar um novo fenômeno no país.

1. Líder em menos tempo

Embora tenham nascido no mesmo ano, o desenvolvimento do Facebook é muito mais recente do que o do Orkut. Enquanto a rede social do Google era aberta para todos os usuários, o Facebook se restringia às faculdades norte-americanas, demorando um pouco mais para se tornar conhecido por aqui.

A falta de investimentos no Orkut, aliada à maior divulgação que o Facebook vem obtendo em promoções e interação com websites, fez com que muitos usuários fossem “obrigados” a manter contas nas duas redes, ampliando o público do novo líder.

2. Meus amigos também têm

De nada adianta entrar em uma rede social mais moderna e não encontrar os seus amigos por lá. Um dos maiores empecilhos encontrados pelo Facebook para se tornar líder foi a ausência de um público cativo do Orkut, que não pretendia de forma alguma trocar um site pelo outro.

À medida que a base de usuários aumentou, ficou mais fácil encontrar um número maior de amigos. Hoje, se você pesquisar, deve encontrar pelo menos 70% dos seus colegas utilizando as duas redes sociais. Sendo assim, escolher em qual rede você irá interagir passa a ser uma mera questão de opção.

3. Jogos que falam a minha língua

Encontrar jogos em português nos consoles não é algo tão simples. Contudo, os usuários que vão em busca de games específicos, na maioria das vezes, não se importam tanto com isso. Já em uma rede social, onde é maior a incidência de jogadores casuais, títulos com conteúdo em português fazem toda a diferença.

Gerenciado pelo escritório brasileiro do Google, o Orkut tinha como diferencial o fato de oferecer praticamente todo o seu conteúdo em português, enquanto o Facebook adotava o inglês como idioma universal. A situação, aos poucos, está mudando, e já é possível encontrar muitos jogos adaptados para a nossa língua. Com a liderança, é bem provável que o público brasileiro passe a receber ainda mais atenção por parte da companhia de Zuckerberg.

4. Resistência às mudanças

Desbancar a liderança de uma rede social que está incorporada ao cotidiano dos usuários há sete anos não é uma tarefa simples. Por mais que o Facebook ofereça atrativos, uma boa fatia do público está tão acostumada com o Orkut que não pretende e nem precisa mudar para outro círculo de amizades.

Trabalhar a resistência de parte do público a essas mudanças foi um dos pontos-chave adotados pelo Facebook. Promoções exclusivas, maior integração com o Twitter, e até mesmo a abertura de um escritório no Brasil foram fundamentais para o crescimento da rede no País.

5. Comunidades X Curtir

A liderança do Facebook no Brasil vai ao encontro, também, da maneira mais atual de como os usuários compartilham conteúdo na web. Anteriormente, as comunidades eram o espaço principal para o debate e para a disseminação de informações. Com a chegada do Twitter, a informação se tornou mais instantânea e o volume de conteúdo aumentou.

Logo, dizer apenas “curtir” para um texto passou a ser a solução mais prática e rápida. Obviamente, ainda há espaço para as duas coisas. Todavia, o conceito de comunidades deixou de ser prioridade, passando a ser alvo apenas de um público mais específico.

6. Inclusão digital: o novo desafio

Sete anos no mundo da internet valem por mais de uma década. Muitos usuários que aprenderam a mexer com um computador nos últimos anos tiveram o Orkut como a porta de entrada para o mundo digital. Assim, é natural o apreço e a resistência que têm a deixar a ferramenta.

O Facebook terá o desafio de, em longo prazo, substituir o Orkut nesse papel. Para isso, será preciso investir em mais conteúdo em língua portuguesa e em ações específicas para um público-alvo que busca praticidade acima de tudo.

7. Visual menos chamativo

Enquanto o Orkut investe em temas e adota cores mais vivas em seu layout, o Facebook prima pelo branco em contraste com o azul. Para muitos usuários, esse é um fator definitivo para que a rede social do Google se torne mais interessante do que qualquer outra novidade.

O Facebook não dá mostras de querer adotar esse perfil. Pelo contrário. Modificações recentes no slideshow de imagens tornaram o visual ainda mais limpo. Será que o estilo mais sóbrio do Facebook será capaz de conquistar os usuários acostumados com uma série de temas?

8. Biblioteca de conteúdo

Com maior tempo de permanência na liderança, o Orkut conta hoje com uma quantidade incalculável de conteúdo em língua portuguesa, algo que vai demorar muito para ser superado pelo Facebook.

Buscar por uma informação específica no Orkut é quase como pesquisar em uma internet paralela. Já no Facebook, a pesquisa por conteúdos não é o foco principal. A informação é muito mais dinâmica e imediata, o que pode fazer com que muitos usuários se decepcionem.

9. Escritório no Brasil

Com predominância absoluta do público local, o Google decidiu em 2008 que o Orkut seria controlado pelo escritório brasileiro, o que fez com que a empresa investisse em ações específicas para o usuário nacional. Já o Facebook abriu seu primeiro escritório por aqui apenas neste ano.

Boa parte do crescimento momentâneo da rede de Zuckerberg se deve a essa base local. Graças a ela, foi possível captar novos clientes no mercado publicitário e promover ações específicas, ampliando o interesse dos usuários para testarem um novo site.

10. Ações populares

Enquanto o Facebook dá os seus primeiros passos em termos de promoções no País, com prêmios oferecidos por empresas vinculadas às ações de “curtir” e sorteios integrados por intermédio de alguns aplicativos, o Orkut já provou estratégias mais sólidas com relação a isso.

Shows com duplas sertanejas e entrevistas exclusivas com cantoras como Ivete Sangalo foram grandes chamarizes de audiência, gerando identificação com as classes mais populares. Resta saber se o Facebook está disposto a investir pesado também nesse nicho de mercado.

Orkut ou Facebook? Que tal os dois?

Decidir qual rede social utilizar não é uma tarefa simples. Há vários itens para serem levados em consideração e cabe ao usuário, baseado em suas necessidades, decidir qual delas melhor se adapta ao seu perfil. Entretanto, como estamos em um período de transição, vale a pena conferir como as duas funcionam.

Para aqueles que ainda não visitaram o Facebook, uma sugestão é criar uma conta de usuário e checar por si mesmo o potencial da rede social. Procure seus amigos, teste alguns jogos e veja como é a sua adaptação ao sistema de comunicação que agora é o preferido dos brasileiros.

Se você aposentou o Orkut por ele não atender a suas necessidades, que tal revisitar a rede social com outros olhos? Embora não seja tão dinâmico, utilizar as comunidades como uma espécie de fórum e encontrar amigos que ainda não migraram para outras redes podem ser tarefas interessantes.

 

Ibope confirma, Facebook ultrapassou Orkut no Brasil

Perdendo liderança, Orkut foi porta de entrada à web no Brasil
Perdendo liderança, Orkut foi porta de entrada à web no Brasil

O Ibope confirmou nesta sexta-feira as informações publicadas pela IstoÉ Dinheiro, que antecipou na semana passada números da pesquisa Ibope Nielsen Online para o mes de agosto que indicam que o Facebook, maior rede social do mundo, finalmente ultrapassou o Orkut, serviço queridinho dos brasileiros, no País. De acordo com o instituto de pesquisas, o Facebook atingiu 30,9 milhões de perfis de usuários cadastrados no período, contra 29 milhões de perfis do site de relacionamentos do Google. O levantamento mostra ainda que no fim de agosto, o Twitter tinha 14,2 milhões de usuários únicos.

O Orkut, a primeira tentativa do Google de ingressar nas redes sociais, foi ultrapassado pelo Facebook em agosto segundo o Ibope, e corre risco de perder uma supremacia de sete anos no País. Mas foi uma ferramenta importante na alfabetização dos usuários brasileiros na internet. Essa é a análise da pesquisadora em mídias sociais Raquel Recuero, para quem o site foi “fundamental” na entrada do brasileiro nas redes. “O Orkut acabou não só sendo a grande porta de entrada da internet para o brasileiro, como uma das principais motivações para isso. Para mim, seu papel na inclusão digital é incrível”, afirma.

Porém, se engana quem pensa que o Orkut está morrendo. Os milhões de usuários da rede mantêm vivas as comunidades da rede social, o que, para o diretor da Bites, é a principal diferença do Orkut para a concorrente. “O Facebook é uma rede em que as pessoas se agregam àqueles que são parecidos com elas, seus amigos, enquanto o Orkut as pessoas podem se agrupar em torno de temas, as comunidades”, afirma Fernandes.

Para o analista, que elabora estratégias para empresas dentro das redes sociais, o Orkut é um ambiente muito mais favorável para promover um novo produto ou serviço justamente por causa desses fóruns. “No Facebook você tem uma dificuldade de olhar por dentro, de se relacionar com as pessoas. No Orkut é mais fácil para as marcas se relacionarem. É muito mais fácil identificar um tema dentro de uma comunidade do Orkut do que no Facebook, onde as pessoas se aglutinam em torno da fan page”, analisa.

Nos últimos meses, o Orkut passou por diversas mudanças de layout e implementou novas funcionalidades na tentativa de manter o ritmo de crescimento no País, muitas delas inspiradas no Facebook, como o botão “gostei” e a publicação das atualizações nos mesmos moldes do Mural do site de Zuckerberg. Para Raquel, os jogos sociais foram fundamentais para acelerar o crescimento do Facebook por aqui, mesmo que tardiamente. “Os aplicativos foram o grande diferencial, que realmente conseguiu fazer com que o Facebook conseguisse entrar em nichos que não conseguia, como o Brasil. O crescimento do Facebook inicialmente esteve intrinsecamente conectado ao crescimento de jogos como o Farmville. Claro que, uma vez alcançada uma certa massa crítica, o sistema passou a crescer por si só”, analisa.

Outro fator importante para a popularização da rede de Mark Zuckerberg foi a preocupação com a privacidade, que chegou atrasada ao País, segundo a pesquisadora. “As pessoas vêm no Facebook uma chance de ‘recomeçar’ sua rede social, dessa vez com mais critério do que no Orkut, onde uma das práticas era adicionar todo mundo”, diz.