Para ajudar a eleger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à presidência, o estrategista trará ao País a experiência de sua empresa, a Blue State Digital, líder em financiamento, advocacia e redes sociais na internet, como ele mesmo descreve.
Sem mencionar Dilma, que oficialmente ainda não é a candidata pelo PT, Ben Self conversou com o iG, por email, sobre as eleições do ano que vem na internet. Leia abaixo na íntegra.
iG – O Brasil tem 64,8 milhões de pessoas com acesso à internet, e o maior crescimento está nas classes mais pobres da população. Como isso afeta as estratégias de campanha?
Ben Self A internet terá um papel-chave em 2010 no Brasil. Embora o número de pessoas online seja apenas uma fração do total da população brasileira, é um grande número de pessoas todos que podem ser mobilizados e energizados por um candidato, construindo uma dinâmica, engajando virtualmente e criando listas de email.
iG – A televisão pode ser deixada em segundo plano em 2010?
Ben Self – Muitos candidatos e organizações pensam na internet como uma ferramenta de persuasão como uma propaganda na televisão. Em vez disso, nós escolhemos tratar isso como uma ferramenta de engajamento com nossos apoiadores e aí usamos esses simpatizantes para convencer seus amigos e vizinhos a apoiar um candidato. Por isso, a internet não substitui o uso da televisão, da campanha nas ruas ou qualquer outra parte da campanha. A internet é uma nova ferramenta que pode ser estendida em cima de todas as outras ferramentas de campanha.
iG Os brasileiros usam a internet para trocar conteúdo por email ou compartilhar fotografias, e menos para se envolver em debates políticos? O senhor tem essa visão?
Ben Self Não tenho estatísticas sobre como os brasileiros usam a internet, mas está claro que diferentes culturas reagem de forma diferente a oportunidades online. É por isso que não existe uma solução fácil, com formatos pré-definidos. Em cada ambiente político que a Blue State Digital trabalha, a gente sempre testa nossas hipóteses para descobrir o que vai e o que não vai funcionar naquele ambiente.
iG – O que os brasileiros podem esperar encontrar na rede, especialmente nos sites e nas redes sociais online dos candidatos) durante o próximo ano até outubro, quando acontecem as eleições no País?
Ben Self Eu acredito que as mudanças na legislação feitas há pouco neste ano permitirão aos candidatos e aos partidos engajar-se com brasileiros em um nível muito mais profundo e de uma maneira mais significativa que eles estavam legalmente habilitados a fazer nas eleições anteriores.
iG O senhor acredita que o micro-financiamento de campanhas pela internet serão bem-sucedidos no Brasil? É possível criar uma cultura de doação aqui, ou os escândalos de corrupção podem frear doações?
Ben Self – Eu acredito que, no longo prazo, veremos mais e mais pessoas doando para campanhas no Brasil. Mesmo que nesta eleição não faça uma diferença drástica, leva anos para construir uma cultura de doação, e eu acredito que os primeiros passos serão dados em 2010. E, fundamentalmente, eu acredito que quanto mais pessoas decidirem investir (tanto seu tempo como seu dinheiro) em campanhas políticas, melhor será para o Brasil.